Que a qualidade dos filmes em geral tem vindo a decrescer a olhos vistos não é grande novidade. Porém, há sempre um punhado de realizadores que geram expectativas e que fazem filmes dos quais não esperamos sair desiludidos. O mesmo acontece com alguns actores, que normalmente fazem boas escolhas e que seguimos com prazer, até termos uma surpresa com um filme inferior.
Pois bem, isto tem sido um caso cada vez mais frequente. O caso mais flagrante foi Lady In The Water. Depois de uma série de filmes aclamados e apreciados pelo público, Shayamalan conseguiu afundar-se no seu pretenciosismo e criou uma obra de qualidade quase inexistente. Piratas da Caraíbas quebra records de bilheteira, mas não deixa de ser mediano. The Da Vinci Code é aborrecido. Drawing Restraint 9 não se pode sequer chamar cinema...
Do lado de lá do oceano chegam alguns rumores que me deixam inquieto. Scoop de Allen é fraco? Julianne Moore volta a falhar com Trust the Man? Marie Antoinette não satisfaz? The Illusionist sem grande magia?
Oliver Stone e o seu World Trade Center (apesar das boas críticas) ainda não me conseguiram convencer, assim como Scorcese e o seu remake de Infernal Affairs.
Será este o ano das desilusões? Será que podemos arrumar as botas e deixar definitivamente de ver filmes americanos? Ou será que obras como The Prestige, Flags of Our Fathers, Babel, Little Miss Sunshine, The Black Dahlia, entre outros, nos fazem ainda esperar por um grande ano de cinema?
Luc Besson é um realizador inconstante. Já deu provas do seu talento em obras como Léon e The Fifth Element, mas também já nos mostrou ser capaz de obras tão detestáveis como Jeanne d'Arc. Apesar disso é um realizador a dar sempre o benefício da dúvida. Pessoalmente o que me fascina em Besson são os mundos que cria. A sua imaginação é capaz de entregar obras diferentes e mágicas. Em Angel-A, a magia está lá, mas nunca há uma satisfação completa. É um grande paradoxo, que promete fazer-nos voar, mas nunca nos deixa levantar do chão.
Os dois protagonistas têm uma química divertida, mas se, por um lado, Jamel Debbouze é extraordinário, não se pode dizer o mesmo de Rie Rasmussen. Claramente a fazer o lugar da musa de Luc Besson, Milla Jovovich, sem nunca conseguir ter o carisma desta. Outra coisa que, quanto a mim, falta a Rie Rasmussen é talento. Se consegue disfarçar nas cenas em que não fala, e tem alguma piada nos momentos cómicos, não consegue transmitir mais nada durante todo o resto do filme. Não consegue dar profundidade à sua personagem e parece totalmente amadora ao lado do protagonista.
Apesar da história ter alguma originalidade e nunca nos cansar, tem um final banal e previsível, bem perto da lamechice pegada. Em contrapartida tem uma das mais poderosas cenas do cinema destes últimos tempos, com um diálogo (e uma interpretação) impressionante de Jamel Debbouze em frente ao espelho. São pequenos momentos grandiosos que nunca conseguem ter um epílogo à altura.
A fotografia a preto e branco acentua a beleza de Paris, a luz e a sombra, o belo e o feio, o real e o imaginário, a verdade e a farsa, o céu e o inferno, o bom e o mau. Angel-A está cheio de extremos, que mesmo assim valem a pena ser experienciados.
Aqui está um trailer que agarrou toda a minha atenção. Todos nós nos deparamos, quando vamos ao cinema ou vemos um filme em casa, com estes avisos antes do filme:
Mas afinal quem são as pessoas (dentro da MPAA - Motion Picture Association of America) que decidem se um filme é, ou não, aconselhável para determinado público? Ao que parece ninguém sabe. É uma espécie de censura disfarçada e anónima. Este documentário pretende revelar quem são as pessoas com o poder de decisão e as consequências dessas mesmas decisões num filme e na liberdade criativa de um realizador. Ao que parece a nudez não é aconselhável, mas a violência passa despercebida. Quais são afinal os critérios? E, ironia das ironias, depois de fazer o documentário em que se revela publicamente quem são os indivíduos por detrás da confortável sombra, os autores desta obra tiveram de o submeter à MPAA para receber uma classificação. O que eu dava para ser mosca e ver a cara dos senhores quando se viram desmascarados.
Vejam o trailer e certamente ficarão tão curiosos como eu:
A vida que começa para alguns, parece já ter acabado para outros.
Flama e Moko são duas crianças de 14 anos que pensavam que iam ter um Domingo igual a todos outros. Estavam sozinhos em casa e tinham a sua X-box pronta para uma maratona. Mas, tudo muda quando há uma falha de luz. Numa sequência de acontecimentos pouco usuais, Rita, a vizinha da frente, e Ulises, o homem que veio entregar as pizzas, juntam-se aos dois rapazes naquele dia banal que acaba por se tornar numa viagem certamente inesquecível.
Esta pequena pérola mexicana (com o carimbo de qualidade de Alfonso Cuarón), é uma lição de agradável aprendizagem. Um ensaio sobre o crescimento, as descobertas da adolescência e a dor enternecedora que rodeia aqueles 4 personagens que, à partida, nada têm em comum. O filme pode, em alguns momentos, pecar pela monotonia, mas compensa na subtileza do argumento. Uma comédia sobre os dramas da vida. Um divórcio que afecta principalmente o filho, uma paixão irreflectida - fruto da idade, a solidão de ser jovem, a solidão de estar só.
Um domingo que não será como os outros. Que será um início, um meio e um fim. Porque quando a electricidade falha, podemos continuar a ver luz.
Eu estava errado, vocês estavam todos certos! Mea culpa, mea culpa, mea culpa... Primeiro que tudo vamos deixar duas coisas bem claras: 1º Snakes on a Plane não tem um argumento, tem sim desculpas para vermos cobras a matar pessoas num avião; 2º Eu estava totalmente alheado do conceito "Snakes on a Plane", que foi a principal razão para tão grande hype.
Ninguém me tinha avisado que este filme era uma comédia. A ideia com que eu tinha ficado era de que isto seria um thriller, que ia cometer o erro fatal de se levar demasiado a sério. Longe estava eu de imaginar que a sua grande virtude era fazer-nos rir às gargalhadas. E também não é só por o filme ser, de tão mau, bom. Não é uma coisa nem outra. É estritamente entretenimento. Snakes on crack, como Samuel L. Jackson descreve de uma forma hilariante no filme.
Ninguém está realmente interessado na história do filme, com um título como Snakes on a Plane só há mesmo duas coisas que interessam: Cobras (confere) e um avião (confere). O resto é paisagem, carne para canhão, é a luta pela morte mais hilariante e um apelo ao nosso lado mais sádico. Não temos pena de ver morrer quase ninguém porque os argumentistas fizeram questão de criar personagens o mais irritantes e estereotipadas possíveis. Temos sósias da Pamela Anderson, da Paris Hilton, um rapper americano que tem fobia de germes... Há acção, comédia, drama, suspense, romance, grandes arrepios na espinha só de olhar para as cobras... Tudo de uma forma desproporcionalmente e deliciosamente exagerada. Só ficamos mesmo com pena de que o filme acabe sem vermos, pelo menos, mais uma morte extrema. É um verdadeiro festim para encher os olhos, numa era em que já nem os Blockbusters se mantéem fieis ao conceito.
Snakes on a Plane falhou redondamente na bilheteira americana e eu consigo perceber porquê. Estamos tão fartos de ter as nossas expectativas defraudadas por filmes feitos em Hollywood, que já nem acreditamos no cinema como forma de diversão. Porque se pensarmos em filmes como a saga Scary Movie, o derivado Date Movie, Aeon Flux, Big Momma's House e suas sequelas, Freedomland (também com Samuel L. Jackson) ou Poseidon, isto apenas para citar alguns dos estreados este ano, é fácil perceber o descrédito a que a máquina de cinema americana se tem sujeitado. Este é um filme que acentua de tal forma os defeitos de todos os outros que referi, que acaba por se tornar uma crítica aos mesmos. Se há que fazê-lo mal, há que fazê-lo em grande. E Snakes on a Plane sai pela porta grande.
Que interessa o argumento, as boas interpretações, a coerência e o equilibrio, quando podemos fazer o público apreciar a sua ida ao cinema? Temos uma viagem tão animada como aqueles passageiros ao ver este filme. Não nos rimos de Snakes on a Plane, rimo-nos ao lado de Snakes on a Plane.
Está quase a 100% o novo template. Foi, até hoje, aquele que mais trabalho (e gozo) me deu. Tem um aspecto mais "profissional", mais arrumadinho se preferirem. Tem também uma nova funcionalidade, quanto a mim, significativa: uma pesquisa dentro do blog. Para além disso vai mudar a minha forma de qualificar os filmes. Continua a ser de 0 a 10, mas não há meios valores, ou seja acabaram os 6,5 ou 7,5. Esta será a nova forma para classificar os filmes:
A acompanhar a estreia do novo visual, virá a crítica ao filme mais mediatizado pela internet dos últimos tempos. Um dos maiores hypes desde Sin City. Aceitam-se apostas para tentar adivinhar de que filme estou a falar. ;)
Os filmes gore, ou filmes de zombie, ou filmes de série z (como lhe quiserem chamar), são para um público específico. Essa deve ser a principal razão porque dificilmente têm um grande êxito na bilheteira. Acaba por compensar nas vendas de Dvd, porque é um estilo de filme que deve ser visto em casa. Com um grupo de amigos para gozar com o rídiculo das situações, ou numa noite sozinhos para nos assustarmos com as mesmas situações ridículas.
Há uma série de noções e conceitos que temos de deixar à porta quando vamos assistir a este género de cinema. Temos de estar preparados para aceitar o inaceitável como possível. No caso de Slither isso é o facto de lesmas assassinas aterrarem na terra e, literalmente, comerem toda a gente.
É o género horror/comédia, que funciona perfeitamente, porque ninguém leva o filme a sério de qualquer das formas. Tem uma aura de filme amador, de horror dos anos 80, mas depois consegue um trabalho ao nível dos efeitos visuais impressionante. Desde as nojentas lesmas aos explícitos desmembramentos das vítimas, seja comidos por outra pessoa ou com tiros de caçadeira. Um festival de sangue que, apesar de tudo, está apoiado por uma históoria minimamente credível (também não se pedia muito mais). A vertente cómica também está bem doseada, sem grandes exageros (porque para exageros já basta tudo o resto).
Um simples no-brainer que não se envergonha, nem ao género. Para ver em casa, de preferência com as janelas fechadas. :P
Cada vez mais sou um aficcionado das séries de televisão. Depois de estar totalmente viciado em Lost, Desperate Housewives, Six Feet Under e Weeds, tenho dado por mim a querer descobrir cada vez mais e melhores séries para acompanhar.
Fiz há pouco tempo duas novas descobertas, que muitos de vocês já devem conhecer, mas que só agora eu tive oportunidade de começar a ver.
A primeira é Prison Break. A história de um jovem (Michale Scofield) que acredita na inocência do seu irmão (Lincoln Burrows), condenado à pena de morte por supostamente ter assassinado o irmão do Vice-presidente dos EUA. Scofield, que ajudou a desenhar a planta da prisão, forja um assalto a um banco para ser preso. Uma vez dentro da prisão, põe em marcha o seu plano, que vem sendo elaborado metódicamente, passando inclusive por uma tatuagem no tronco da planta da prisão, que o vai ajudar a escapar. É uma série de acção muito bem contada, com uma boa história de fundo e um bom desenvolvimento das personagens. A grande questão é: será que ele consegue escapar da prisão e salvar o irmão? Ora, para sabermos temos mesmo de ver a série até ao fim.
A outra descoberta que fiz, convenientemente, chama-se Eureka. Uma mistura de comédia e ficção-científica, conta-nos a história de uma aldeia controlada pelo governo para onde vão todos os génios científicos do mundo. Criada a partir de uma ideia do próprio Einstein, Eureka é um projecto e um espaço aonde os grandes génios podem dar largas ao seu talento. A série, para além de uma permissa que perspectiva grandes pripécias, facilmente nos cativa por evocar outros clássicos dos anos 80, inicios de 90, como foram os X-Files, Quantum Leap, Sliders ou mesmo Twilight Zone. A ficção científica na televisão tem aqui um novo fôlego, porque já ninguém consegue aturar os Star Trek e Battlestar Galactica.
Aproveito para dizer que a 2ª Temporada de Prison Break já começou nos EUA, assim como a 2ª temporada de Weeds. Desperate Housewives iniciam a sua 3ª temporada dia 24 de Setembro. Quanto a Lost estream novos episódios dia 4 de Outubro.
EDIT: Aqui fica uma prenda, o cartaz que anuncia a chegada de mais uma temporada de LOST
Esperem mudanças drásticas neste blog nos próximos dias. Ainda estou a acertar os últimos pormenores, mas não devo demorar muito mais. É verdade, lá se vai o template mais uma vez. Continuo à procura do ideal para o blog, mas farto-me facilmente de todos, daí estar sempre a mudar. Pelo menos sempre vou refrescando a imagem... Aqui fica uma pequena amostra do que podem esperar....
Voltei. E chega de conversa que tenho muita coisa para espremer neste post :P
Notícias
Wes Anderson está de volta depois de Life Aquatic. The Darjeeling Limited é o título e conta, mais uma vez, com a participação de Owen Wilson. Jason Schwartzman e Adrien Brody completam o elenco principal.
Não é só o Mel Gibson que anda por aí a guiar com uns copos a mais. Haley Joel Osmond (é verdade, a criança de The Sixth Sense, agora com 18 anos) também esteve envolvido num acidente de automóvel. Para além do excesso de álcool, o jovem nomeado para um Oscar, encontrava-se também na posse de marijuana.
Tim Burton e Johnny Depp voltam a juntar-se (pela 6ª vez). Depp vai interpretar Sweeney Todd numa adaptação do musical homónimo, galardoado com os prestigiados prémios Tony.
Joaquin Phoenix e Mark Ruffalo são os protagonistas de Reservation Road. Um drama que conta a história de dois pais num acidente de automóvel, em que um deles mata o filho do outro.
Gremlins 3? Pois, parece que sim. Pior, versão CGI...
Ace Ventura 3? Pois, parece que sim. Pior, sem Jim Carrey...
Lady In The Water (novos e consideravelmente mais interessantes que o filme)
Trailers
Zen Noir este tornou-se imediatamente um dos filmes que mais aguardo. Cómico, misterioso, noir, aquele voz-off é fantástico. Tem tudo para ser um filme de culto.
Stranger Than Fiction parece ter uma história bastante original, mas, Will Ferrel é cada vez mais um actor que abomino. Não consigo ver o talento num actor de comédia que não me faz rir e que é igual em todos os seus filmes.
Let's Go To Prision parece ser uma comédia eficaz e é um prazer ver Will Arnett depois de Arrested Development.
Flags of our Fathers e Letters from Iwo Jima. Clint Eastwood, em grande mais uma vez, combinou o trailer dos seus dois próximos filmes num só. Ambos retratam a batalha de Iwo Jima, durante a II Guerra Mundial, Flags of our Fathers dá-nos a perspectiva americana e Letters from Iwo Jima a perspectiva Japonesa.
E por hoje é tudo. A imagem que vos deixo é de Snakes on a Plane, que, contrariamente às minha previsões está a ser um sucesso nos Estados Unidos, não só junto do público, mas também junto da crítica... [IMDB: 8.4/10] [Rotten Tomatoes: 62%] Apesar disso, em termos de bilheteira afigura-se grande flop... Gastaram 15 milhões de dólares em marketing, 35 milhões na produção do filme e o primeiro fim de semana fez apenas 13.8 milhões...
A ânsia era muita, a crítica era péssima. Nós queriamos acreditar até ao fim que toda a gente estava enganada e que Shyamalan era apenas incompreendido, como foi, na minha opinião, em The Village. Aqui não é o caso.
O mais frustrante é que nós temos a sensação de que esta história podia ter dado para tanta coisa mais. A lenda que serve de inspiração é de uma imaginação fervilhante, mas quando chegou à altura de passar para o papel, Shyamalan perdeu-se, envolveu-se no seu pretensiosismo e foi incapaz de descer do pedestal em que se auto-colocou. Mesmo depois da Disney lhe ter dito gentilmente que aquele argumento não tinha pés nem cabeça ele continuou a achar-se um génio incompreendido.
Resultado? Uma ridícula tentativa de filme, com um argumento completamente desmenbrado. Um grupo de pessoas que aceita um ser de outro mundo como se fosse apenas um visitante de um qualquer país vizinho, uma criança que vê o futuro em caixas de cereais, uma prostituta asiática que nos querem fazer passar como estudante universitária. Lobos que em vez de pele têm relva (definitivamente, a pior tentativa alguma vez feita de criar um monstro) , um crítico de cinema que, confrontado com o perigo, desbobina clichés de outros filmes de terror. Aliás, é surpreendente como o filme faz questão de gozar com os clichés do cinema e depois acaba por cometê-los todos. Shyamalan pensava que só por ser ele a realizá-los conseguiria fugir ao óbvio. Não só não consegue, como não consegue passar do básico.
Chega a ser penoso ver Paul Giamatti e Bryce Dallas Howard a esforçarem-se tanto para um resultado tão triste. O meu conselho, mesmo sabendo que ninguém o vai seguir, é que fujam deste filme. Não desperdicem o vosso dinheiro e o vosso tempo.
"I'm disgusted and repulsed, and I can't look away"
Não vi Clerks, mas esta sequela, 12 anos depois, encheu-me todas as medidas. Uma comédia arriscada que terá, à partida, um público muito específico. Facilmente se detesta Clerks II, ou facilmente mentes mais conservadoras ficarão ofendidas por alguns dos temas abordados no filme, mas, isso é o que torna o argumento de Kevin Smith tão particular. Quem já viu Chasing Amy ou Dogma sabe o que esperar de um filme deste realizador/actor.
Conversas em redor do sexo e das suas perversões, comentários racistas, muita discussão sobre cinema e ainda referências polémicas à bestialidade são alguns dos condimentos que formam este filme. Obviamente, nada é contado de uma forma banal e a aguçada escrita de Kevin Smith debruça-se, de uma forma particarmente inteligente, sobre assuntos aparentemente mundanos e grosseiros.
Clerks, na sua tradução para o português, quer dizer caixeiros, os chamados "caixa" nos supermercados ou nos restaurantes de fast-food. E a história do filme é sobre isso mesmo, dois amigos, com 33 anos, que continuam a trabalhar atrás de um balcão enquanto assistem aos anos a passar, sem fazerem nada de importante com eles. Os personagens são, acima de tudo, reais. Não têm ar de vedetas de Hollywood, são assumidamente feios e cheios de complexos e dúvidas e é isso que nos faz gostar tanto deles. Não sabem o que querem da vida porque, no fundo, quase ninguém sabe. Ainda em relação aos actores fiquei totalmente abismado com Rosario Dawson que, para além de ser sexy para além da compreensão, tem um carisma enorme (que eu lhe desconhecia).
Um dos momentos mais hilariantes do filme é uma discussão sobre qual a mais importante triologia no cinema, Star Wars ou Lord of the Rings. É de rir até às lágrimas, especialmente por culpa de Trevor Fehrman que encarna na perfeição o papel de nerd.
Clerks II arrisca-se assim a entrar directamente para o lugar de clássico desta era e a consagrar Kevin Smith como um dos mais audaciosos argumentistas.
A minha classificação é de 9/10
P.s. Clerks II viu-se envolto em polémica quando, na ante-estreia para a imprensa, Joel Siegel, um dos mais conhecidos críticos norte-americanos, saíu da sala de cinema gritando que nunca tinha abandonado um filme a meio e que nunca se tinha sentido tão ofendido ou revoltado por causa de um filme. Também é do conhecimento geral que Joel Siegel é das maiores anedotas que alguma vez se fez passar por um crítico, por isso não é de espantar a sua atitude, nem a resposta de Kevin Smith com este hilariante trailer!
Os musicais estão cada vez mais em voga. Género que reflete os anos de ouro de Hollywood, assim como toda a sua creatividade e capacidade de imaginação, tão parca nos dias que correm. O excêntrico estilo de fazer filmes é agora adaptado aos tempos modernos, com visões mais arrojadas de novos realizadores. Dancer in the Dark é provavelmente o exemplo maior de um musical contemporâneo. Longe dos parâmetros e regras que regiam The Sound of Music ou All That Jazz. Moulin Rouge foi também uma agradável variante dos musicais e, quer concordem comigo ou não, Magnolia foi também ele um filho ilegítimo dos musicais.
Romance & Cigarettes é uma tentativa (pouco conseguida) de inovar o musical. Mas, é também um filme que, apesar dos seus defeitos, consegue conquistar a nossa simpatia. Uma comédia pouco ambiciosa, por vezes com alguma vergonha das suas limitações, o que a torna agradável de assistir. Sentimos que há uma entrega genuína da parte de quem imaginou o filme e, especialmente, de quem o interpreta.
Os actores são, sem sombra de dúvidas, os principais responsáveis pelo facto de o filme não cair na mediocridade. O argumento é demasiado frágil mas ainda assim o elenco consegue fazê-lo funcionar. E que elenco amigos. James Gandolfini, Susan Sarandon, Kate Winslet, Christopher Walken, Mary Louise-Parker, Aida Turturro, Bobby Cannavalle e Mandy Moore. Cada um deles a cumprir o seu trabalho de forma exímia. Se há quem não encontre motivos para gostar do filme, tem pelo menos o prazer de ver este grupo de talentosos actores em acção. E, quanto a mim, só isso vale uma ida ao cinema.
Por mais defeitos que encontre, a vários níveis, não consigo deixar de ter saído da sala com um sorriso na cara, com uma sensação de que não tinha perdido o meu tempo. Há filmes assim, que têm tudo para se afundar, mas acabam por cair nas nossas boas graças.
Ok, nós vimos o Capote. Depois disso, será isto o eco visual? Há duas questões que me intrigam depois de ver este trailer. 1º - Terá a interpretação de Phillip Seymour Hoffman sido assim tão única? É que pelo trailer eu vejo um Toby Jones tão semelhante ao original, Truman Capote. 2º Será pertinente um filme exactamente sobre o mesmo assunto? A resposta imediata seria não. Mas, a julgar pelo elenco, este filme merece, pelo menos, o benefício da dúvida. Para além de Toby Jones temos Sandra Bullock, Daniel Craig, Jeff Daniels, Hope Davis, Gwyneth Paltrow, Isabella Rossellini e Sigourney Weaver. Há inclusivé diálogos no trailer muito similares ao filme Capote. As problemáticas parecem as mesmas. Será, sem outro motivo maior, uma perspectiva diferente?
A verdade é que, antes de partir para acusações falsas, os dois filmes foram feitos ao mesmo tempo. Este apenas estreia mais tarde porque teve uma produção e um elenco bastante maior, uma vez que Capote foi um filme quase independente. Não se trata então de uma cópia, apenas de um infeliz timming...
P.s. Clikem na imagem para verem o trailer de Infamous.
É oficial, Heath Ledger é o novo Joker no próximo Batman, que se irá chamar The Dark Knight. Se eu gosto do Heath Ledger? Pode-se dizer que sim. Se acho que é a melhor escolha para o Joker? Sinceramente, não. Mas logo veremos como corre.
Quando eu achava que nada podia ser pior do que Snakes on a Plane, eis que aparece... Snakes on a Train... Vejam aqui o trailer. Next stop, Snakes on a bus, snakes on a boat, snakes on a bike, snakes on motherfucking rollerblades....